sexta-feira, 6 de julho de 2012

2º Diana Washington Valdez - A jornalista que arriscou sua vida ao denuciar feminicídios ocorridos em Ciudad Juárez, a cidade mais violenta do mundo

Cidade do Silêncio


Título Original: Bordertown
Direção: Gregory Nava
Gênero: Suspense, Crime/Policial, Mistério, Drama
País: Estados Unidos
Estreia: 18 de Maio de 2006
Duração: 100 minutos

Lauren (Jennefer Lopez), uma jornalista de Chicago, é enviada para cobrir feminicídios que vêm ocorrendo há anos de maneira desenfreada em Ciudad Juárez, México, fronteira com os Estados Unidos. Com a ajuda do também jornalista Diaz (Antonio Bandeiras), descobre que os crimes são apenas a ponta do iceberg de uma trama muito mais complexa e perigosa do que poderia imaginar, envolvendo políticos e grandes empresários locais. Uma investigação que colocará a sua vida em risco.

Trailer (Legendado)

Filme (Dublado)

24062012

**A história real de inúmeros feminicídios/femicídios (até 2003, mais de 4.000 e mais 400 estão desaparecidas, em todos os casos são meninas de 5, 6 anos e adolescentes) que acontecem desde 1993 até hoje em Ciudad Juárez, estado Chihuahua, no México. Por fazer fronteira com os Estados Unidos (ao sul de El Paso, Texas), a cidade tem um centro de crescimento industrial composto em grande parte por mais de 300 maquiladoras (montadoras), localizadas em seus arredores. É classificada como a cidade mais violenta do mundo, de acordo com a organização civil mexicana Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública (CCSP);

**Inspirado na luta da jornalista, escritora e ativista Diana Washington Valdez, que sempre se posicionou na linha de frente para o combate desse verdadeiro massacre de mulheres. Sendo a única a citar nomes de grandes poderosos envolvidos nesses crimes praticados por pura "diversão";

**Exibido primeiramente no Festival de Cannes, em 18 de maio de 2006. Em seguida no Festival de Cinema Internacional de Berlim, em 15 de fevereiro de 2007, onde Jennifer Lopez recebeu o prêmio Artistas pela Anistia, concedido pela Anistia Internacional;

**O lançamento nos cinemas foi apenas internacionalmente, começando na Alemanha em 22 de fevereiro de 2007. Foi lançado diretamente em DVD nos Estados Unidos, em 29 de janeiro de 2008;

**O crítico de cinema Leslie Felperin identificou falhas em alguns argumentos apresentados no filme: "Possíveis co-fatores ou causas da onda de assassinatos como a criminalidade relacionada com predominância de drogas; a violência doméstica, em grande parte ignorada pelas autoridades; e a possibilidade de que alguns dos culpados podem ser cidadãos norte-americanos que atravessam a fronteira para matar por diversão, não foram explorados." chamando o filme de "Justo aos pobres";

**A Anistia Internacional, Nações Unidas e Estados Unidos vem "pressionando" o governo mexicano no intuito de pôr fim aos assassinatos e desaparecimentos que acabaram se espalhando para outras cidades, mas até agora nada mudou;

**Foram lançados mais dois livros que relatam essa decadente realidade, são eles: "As Filhas de Juárez" (2007), escrito por Teresa Rodrigues e o romance do escritor Roberto Bolaño, em que Ciudad Juárez é ficcionada como "Santa Teresa".

Biografia

Diana Washington Valdez com o seu segundo livro, "The Killing Fields: Harvest of Women" (Os Gritos do Silêncio: Colheita de Mulheres), de 2006 (Foto: Thierry Planche, 09/2007)

Diana Washington Valdez (1955): Jornalista, escritora e ativista, conhecida internacionalmente por sua luta para o fim dos femicídios (assassinatos de mulheres por homens misóginos) em Ciudad Juárez, no estado Chihuahua, México. Em 1999, como repórter do El Paso Times, Diana passa a investigar e descobrir porque os assassinatos que acontecem desde 1993 até agora, na fronteira com os Estados Unidos (ao sul de El Paso, Texas) não conseguem ser solucionados. Investigação essa que até hoje põe sua vida em risco. Ciudad Juárez possui um centro de crescimento industrial, composto em grande parte por mais de 300 maquiladoras (montadoras), localizadas em seus arredores, atraindo muitas mexicanas, uma vez que o trabalho é pesado e os homens se negam a realizar devido aos baixos salários ofertados. É classificada como a cidade mais violenta do mundo, de acordo com a organização civil mexicana Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública (CCSP). Se tornando especialista em crimes de fronteira, Diana se posicionou na linha de frente desse verdadeiro massacre de mulheres. Sendo a única a citar nomes de grandes poderosos envolvidos e que, segundo ela, acontecem todos os dias como uma espécie de "esporte". Em 2005, lançou no México e Espanha o livro "Cosecha de Mujeres: Safari En El Disierto Mexicano", expondo dados do descaso das autoridades e contando a história de muitas jovens assassinadas e de seus familiares na busca por respostas. Mas foi em 2006, com o livro "The Killing Fields: Harvest of Women" (Os Gritos do Silêncio: Colheita de Mulheres), incluindo entrevistas do FBI, que ela conseguiu uma maior atenção aos crimes. Foi o primeiro livro de não ficção em inglês sobre os assassinatos que atraiu a atenção internacional. Ainda em 2006, é exibido no Festival de Cannes, Festival de Cinema Internacional de Berlim e posteriormente nos cinemas, o filme "Bordertown" (no Brasil, Cidade do Silêncio), baseado em suas investigações. Em 2007, com a parceria da produtora Lorena Mendez, fez o documentário "Border Echoes - Ecos De Una Frontera: The Truth Behind The Juarez Murders" (Ecos de uma Fronteira - Ecos da Fronteira: A Verdade por Trás dos Assassinatos de Ciudad Juárez) (http://www.borderechoes.com/). Sua luta continua até hoje, mas infelizmente apesar de todos os seus esforços e denúncias, há um grande esquema de corrupção por trás de todas essas mortes, que continuam acontecendo.

**Feminicídio/femicídio: Assassinato de mulheres por homens misóginos. O termo foi usado pela primeira vez publicamente em 1976 por Diana Russell, enquanto testemunhava no Tribunal Internacional de Crimes Contra a Mulher, em Bruxelas, Bélgica. O feminicídio se difere do homicídio quando: há uma relação vítima-agressor, história de violência, incluindo ameaças direcionadas à vítima e/ou outras mulheres, como agressão sexual. As motivações para o feminicídio são: ódio, prazer, inveja, separação, briga, assalto, sensação de posse e aniquilação daquele que é dominado. Podendo ser o agressor: pai, marido, namorado, amigo, conhecido ou simplesmente um estranho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário